Maldito mármore importado
Naquele dia quando despertei, achei que tudo seria como sempre “normal”, mas percebi que tudo estava de um jeito diferente, um cheiro diferente. Ainda pra piorar, a hora que acordei não era a mesma de antes, pois estava atrasada quase uma hora do horário de costume que havia colocado o relógio para despertar.
Imediatamente levantei-me e olhei para a porta do quarto e tive uma vontade incontrolável de verificar se estava trancada. Felizmente estava como deixei antes de deitar-me, que alívio.
Já que estava de pé e nada além pra fazer pra diminuir o prejuízo do atraso, resolvi ir ao banheiro e iniciar a jornada de batalhas: escovar meus lindos dentes para que brilhem e ofusquem a preguiça, lavar o rosto acompanhado de gotas fartas de ânimo para efetivamente acordar para a vida que estava batendo a porta.
Tranquilamente continuava executando as atividades diárias, quando de repente ouvi a campaninha da porta gritar nos meus delicados ouvidos que realmente meu dia estava estranhamente se iniciando de uma maneira bem incomum.
Enxuguei-me rapidamente, saí do banheiro e caminhei insegura até a porta para destrancar a única barreira que impedia a vida de me responder o motivo de tal transformação cotidiana.
Ao abrir a porta me deparei com uma cena “inexplicavelmente” que para muitos outros seria considerada anormal, mas que “explicavelmente” para mim era meio normal. Digo isso, pois vi um homem caído na soleira de mármore importado da minha porta e imediatamente corri o corredor com meu olhar observador e constatei que não havia mais ninguém naquele corredor tão sombrio e familiar.
Sem alternativa, me vi na obrigação de abaixar-me e tocar aquele homem abandonado com os dedos e o pior é que quando fiz isso já imaginava a verdadeira situação, mas mesmo assim segui adiante e, ao tocá-lo senti que seu corpo estava frio e rígido como os ponteiros do relógio que apontava o meu atraso para o trabalho naquele dia.
Apressadamente ao verificar que havia um despacho com um cadáver caído sobre a minha soleira de mármore importado, corri para o telefone e liguei para quem realmente poderia salvar meu dia de uma morte maior e de grande efeito na minha vida, chamei os policiais. Foi neste momento que tive a certeza do grande engano o meu pensar que o eles poderiam salvar meu dia, já que o do “outro” nada mais podiam fazer.
Infelizmente e incrivelmente eles chegaram aproximadamente uma hora depois do meu pedido de socorro e ainda tive que responder infinitas vezes a mesma sequência dos fatos ocorridos, primeiro para os policiais na delegacia e depois para o meu chefe no necrotério municipal onde trabalho.
O pior foi que o morto também estava lá, após algumas horas, aprontei-o, para ser velado pelos familiares, e eu que nem o conhecia havia feito tanto por ele e o defunto nada pode fazer por mim. Após o funeral, perdi meu emprego, não por ter chegado depois de cinco mortos que me esperaram para serem devidamente arrumados para a efetivação das suas mortes e, sim por ter dormido por alguns minutos sobre o mármore importado onde é colocado os cadáveres...”isso” meu chefe não perdoou.
Sezue Luciana Ikeda
sábado, 21 de abril de 2012

Seria um dia como todos os outros, se não fosse o final inesperado de um problema comum que infelizmente acontece nas escolas atualmente.
Dia de prova, escola cheia, alunos que estavam até então considerados quase extintos pelas grandes ausências retornando das cinzas, ou melhor, das fatalidades que suas atitudes errôneas e inconseqüentes os levaram.
Tudo estava tranqüilo, até que antes que o sinal tocasse algo já estava acontecendo envolvendo as diversas habilidades e agilidades aprimoradas ao longo dessas ausências.
Um subia, outro corria, gesticulava, enviava SMS, davam toques nos celulares...enfim, entre tanta tecnologia, eles acabaram a utilizando para finalidades inferiores.
Eis que surge um aluno na minha direção que demonstrava uma enorme decepção e parecia carregar naquele momento a carga mais pesada do mundo em suas costas.
E calmamente incrédulo relatou o roubo de sua bicicleta no final do período. Fiquei mais incrédula que ele, pois foi difícil aceitar aquilo que não conseguia de nenhuma maneira explicar e assim tentar doar um pouco de esperança para aquele ser inocente e a partir daquele momento, sem esperança, dentro dos portões da escola que o cercava.
Entre lamentações e um coletivo desapontamento permaneci por apenas exatos quinze minutos. Isso mesmo, durante o tempo de espera foi tomada decisões cabíveis que o caso exigia, mas depois destes intermináveis quinze minutos, um anjo de asa quebrada veio até a minha alma desapontada e contou que havia acontecido um milagre e este, “O ANJO de ASA QUEBRADA”, não perderia a oportunidade de fazer um ato solidário e inesperado...achou o produto do roubo e digo mais, DEVOLVEU NAS MINHAS MÂOS.
Foi um ato quase heróico, claro, se não pedisse pela sua agilidade e habilidade uma recompensa quase insignificante, mas que me deixou muito mais decepcionada: Uma coca-cola!!!
Sezue Luciana Ikeda
terça-feira, 17 de abril de 2012
No fundo do baú
No fundo do baú...
A leitura é uma viagem sem sair do lugar. O pensamento vai longe.
Me lembro bem de quando eu era criança, que gostava de ler gibi e revistas mas meus pais tinham poucos recursos para comprar. Quando ganhava um gibi eu lia muitas vezes o mesmo gibi.
Um dia eu encontrei um baú velho cheio de revistas antigas que ficava no porão da casa que eu estava morando. Li todas várias vezes.
O livro que me encantou mais na adolescência foi O Cortiço, de Aluísio de Azevedo. Fiquei deslumbrada com esta história.
Hoje não leio romances por falta de tempo, mas leio livros, revistas que se referem aos aspectos pedagógicos da escola, pois sendo coordenadora preciso apoiar e orientar os professores.
Admiro quem tem o hábito da leitura.
Maria José
Mundo Mágico da leitura

Descobrir-se leitor é marcante para vida,
independe de idade, cor ou valor.
O importante é ...
descobrir-se um leitor!!!!!!!!!!!!
Angela Maria Baltieri
domingo, 15 de abril de 2012
sábado, 14 de abril de 2012
Estava escrito

No início, escrever era uma obrigação sem significado. Mas quando minha professora da 3ª série iniciava a aula lendo pequenos poemas...a voz mágica e carinhosa que seus lábios cantavam cada verso, provocou em mim o processo inicial de uma metamorfose.
A partir daquele momento, quando algumas professoras pediam a escrita na sala como atividade, procurava achar um sentido dentro da poesia e escrevia com muito carinho, e minha imaginação nunca mais se contentou com pouco.
Percebi então que o tema livre é um vazio que pode ser preenchido de diversas maneiras, basta que a pessoa conheça as palavras e as situações do cotidiano tenham um valor significativo para quem escreve.
Quando se tem alguém que apresente o mundo da escrita através de situações próximas da realidade e acrescente a ela uma riqueza singular de elementos de aproximação, tudo é prazer. A leitura de poemas é uma experiência rica e encantadora a qual se pode viver vários mundos, vários sentimentos e várias fantasias.
Sezue Luciana Ikeda
sexta-feira, 13 de abril de 2012
Olá...

É por isso que fazemos parte do curso "Leitura e Escrita em Contexto Digital", que tem o objetivo de unir ideias e ideais das diversidades do mundo das letras.
Contamos com a presença e comentário constante de todos...Amantes, Apaixonados e Loucos pela leitura e escrita.
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